Editorial

As mãos sujas do sangue de Marielle prenderam Lula

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado, decretada pelo juiz de Curitiba, expôs definitivamente o “plano de voo” traçado pelo consórcio mídia-MPF-justiça-PF-parlamento que buscava interromper a escalada dos governos democráticos populares no Brasil. Parte da comunidade internacional que ainda tinha dúvidas sobre o processo de devassa da democracia no Brasil, passa agora a reconhecê-lo. Além de várias manifestações de lideranças políticas por todo o mundo em solidariedade ao presidente Lula, a Comissão União Europeia – Mercosul condenou a ordem de prisão e pediu a suspensão das negociações entre os dois blocos.


Mas o plano traçado pelo consórcio precisou de um sofisticado esquema de planejamento, com várias etapas a serem cumpridas, alternativas no meio do trajeto, até chegar a sua consumação. A primeira tentativa seria evitar a reeleição da então presidenta Dilma. Falhou. Então se deu início ao plano B. O impeachment sem crime de responsabilidade levado a cabo por criminosos da estirpe de Aécio, o derrotado, e Eduardo Cunha, hoje preso, vingou. Assumiu o líder da quadrilha, Michel Temer, que em seguida teve contra si duas denúncias de corrupção feitas pela PGR.
Como o intuito seria enterrar de vez qualquer possibilidade de volta no curto prazo de governos populares, não bastaria ao consórcio apenas a queda da Dilma. Era preciso evitar ameaças na eleição subsequente. Para isso, concomitante à farsa montada pelo MPF e justiça, a mídia fomentou uma campanha urdida de difamação contra o Lula e de resto contra toda a esquerda. O que conseguiram construir foi um clima de ódio e radicalização política incompatíveis com padrões civilizados, interditando o debate público, e promovendo o surgimento de figuras neonazistas como Bolsonaro.

O ovo da serpente que esse consórcio chocou, conflagrou o país a tal ponto que a vida de lideranças políticas ficou sob ameaça. Foi no rastro dessa intolerância que assassinaram a vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), militante dos Direitos Humanos. E dias depois a caravana do presidente Lula, que passava pelo Rio Grande do Sul, foi alvo de um atentado.

A sanha deles não se conteve. Com as mesmas mãos sujas do sangue de Marielle levaram à prisão a maior liderança política da América Latina, que deu esperança ao povo e transformou o país. Dentro de um processo judicial viciado do início ao fim, condenaram o ex-presidente Lula numa velocidade nunca antes vista. O único crime de Lula é, sendo amado pelo povo brasileiro, liderar as pesquisas de intenção de votos. Lula ameaça o “plano de voo” elaborado pela elite truculenta nacional.

O que eles não sabem, como parafraseou o presidente Lula, é que eles podem até matar uma, duas, três rosas, mas jamais vão conseguir impedir a chegada da primavera. Quem se transforma numa ideia ou num sonho, jamais será aprisionado. Lula sou eu, Lula é você!

#LulaLivre

Geovane Grangeiro da Silva
Servidor Federal e Presidente da CUT Amapá


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